Iraque: “Há uma ameaça real” de genocídio sobre os cristãos, diz responsável da AIS pelos projectos no Médio Oriente

A derrota dos jihadistas do Daesh, o auto-proclamado Estado Islâmico não fez acabar a ameaça de genocídio que continua a ser real sobre a comunidade cristã. Quem o diz é o Padre Andrzej Halemba, responsável há vários anos pelos projectos de ajuda de emergência da Fundação AIS no Médio Oriente e um dos mais profundos conhecedores da situação em que se encontram estes países. Segundo este sacerdote, os cristãos do Oriente Médio correm o risco de um novo ataque de grupos terroristas que procuram ainda erradicar a comunidade destas terras bíblicas.

“Não consigo imaginar o Médio Oriente sem cristãos, mas a ameaça é real. O Daesh [o auto-proclamado Estado Islâmico] queria erradicar os cristãos”, explica este sacerdote, adiantando que “essa mentalidade genocida ainda está viva no Al Nusra e em outros grupos [jihadistas]. A situação é grave. A tal ponto que, segundo este responsável da Fundação AIS, a sobrevivência da comunidade cristã passa pela própria entreajuda. “Se os cristãos conseguirem ficar juntos e ajudarem-se mutuamente, então conseguirão permanecer.”

Para o Padre Halemba, a erradicação do cristianismo seria trágica para a região, nomeadamente ao nível das consequências para a pluralidade religiosa e para todo o processo de construção de pontes em zonas de conflito. “Os cristãos são a alma” do Iraque, diz este sacerdote, acrescentando que o papel que desempenham é crucial “porque são pacificadores”. “Os cristãos trabalham pela paz e coexistência pacífica, contribuindo para o bem-estar do país. ”

Em 2003, no Iraque, havia 1,5 milhões de cristãos. Agora, apenas 16 anos depois, todas as estimativas apontam para menos de 250 mil. E há estimativas ainda mais baixas, de apenas cerca de 120 mil. O mesmo decréscimo acentuado da população cristã está a acontecer na Síria.

Perante esta situação, urge a colaboração dos cristãos em todo o mundo no apoio a estas comunidades que vivem nas terras bíblicas. “Todos nós temos que trabalhar para o bem de todos. A Fundação AIS apoia todos os cristãos, não apenas os católicos”, explica o Padre Halemba, adiantando que “Jesus Cristo queria unidade entre seus seguidores”.

Leia o relatório: A vida depois de ISIS (disponível em Inglês).

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